CRESCENDO NO EQUILÍBRIO
Sendo assim, na visão bíblica, não conseguimos equilíbrio enquanto persistirmos numa vida autônoma, à parte de Deus e Sua influência em nosso caráter. A base de uma vida pessoal e também comunitária equilibrada, é uma abertura e entrega à Deus, por meio da fé. A Bíblia chama essa decisão de “arrependimento” ou “mudança de mente” com relação a si mesmo e a Deus. Essa base sendo estabelecida, temos as condições para desenvolvermos maturidade em todos os sentidos, incluindo o domínio próprio, ou seja, a capacidade de sermos equilibrados e não sujeitos aos fortes impulsos da natureza humana entregue a si mesma.
Mas como Deus não nos priva de processos, pelo contrário, Ele os usa e respeita em nossa experiência de vida, poderíamos pensar em algumas atitudes importantes para crescer na virtude do equilíbrio.
A primeira dessas atitudes seria, ESTABELECER UMA BASE SÓLIDA. Algumas décadas atrás as crianças, e também alguns adultos, se divertiam com um boneco chamado “João Bobo” (hoje provavelmente teríamos que inventar um outro nome para não terminar em processo). O que fazia aquele boneco sempre voltar à posição vertical toda a vez que o empurravam, era a base pesada, geralmente feita de areia, sendo que o restante do boneco era de plástico inflável. Isso ilustra bem o princípio de que o equilíbrio começa quando temos uma base sólida, um fundamento para nossa vida e conduta. Algo superior tem que nos dirigir. Não pode ser nossas falhas e imperfeitas suposições, ou as instáveis emoções, ou as imprevisíveis circunstâncias. Precisamos de um fundamento que nos ajude a avaliar e responder adequadamente às várias situações e realidades que vivenciamos. São esses princípios que nos darão condições para uma conduta equilibrada e sábia. Cada um de nós precisa decidir onde buscaremos esses princípios. Existe uma infinidade de propostas no mundo reivindicando nossa adoção. Dentre elas, existe a fé cristã baseada nas Escrituras Sagradas da Bíblia. Hoje faz mais de 40 anos que eu decidi adotar essa base para a minha vida e estou convicto de que é a mais adequada não só para me levar ao equilíbrio, como para explicar a realidade da existência.
Uma segunda atitude para desenvolver o equilíbrio é INTERAGIR COM O DIFERENTE. Quando brincamos de “cabo de guerra”, percebemos que o lenço ou marcação no meio da corda tende a se manter centrado por causa das forças opostas. Isso ilustra bem a necessidade de temos de interação com pensamentos e posturas diferentes da nossa para que alcancemos equilíbrio em nossa própria posição. Quando não admitimos a comunicação com outras posições, nossa postura, via de regra, se torna desequilibrada, pois, terminamos enxergando apenas de uma perspectiva. Interagir com o diferente não significa transigir com sua própria posição mas submetê-la ao pensamento contrário para aprimorá-la e equilibrá-la. Esse exercício é um reconhecimento de nossa limitação como indivíduo e a admissão de que não conseguimos abrangência de visão no isolamento de nossos pensamentos. Interagir só com iguais, embora tenha seu lugar, não é suficiente para gerar amadurecimento.
Por fim, considerando nossa capacidade de equilíbrio quando estamos na “bicicleta”, precisamos nos MANTER EM MOVIMENTO. Assim como o movimento facilita o equilíbrio ao “andar de bicicleta”, precisamos de objetividade e progressão para evitarmos abstrações que nos fazem perder o foco. Certamente existem momentos na vida que precisamos parar, justamente para avaliação e reajustes, mas estou me referindo a uma atitude de atenção demasiada para certos aspectos ou detalhes que nos paralisam e dificultam a caminhada em direção ao crescimento. Manter-se em movimento significa colocar as coisas em perspectiva de acordo com valores e prioridades. Não ficar preso a detalhes secundários. Não ficar absorto e focado em apenas uma área ou assunto, pois a vida é mais abrangente e diversificada e precisamos lidar com o seu todo. Em resumo, equilíbrio exige foco e propósito.
Luto diariamente por esse tão benéfico equilíbrio e essas simples ilustrações tem me ajudado a visualizar o caminho para o crescimento. Espero que o auxiliem também. Lembre-se do “João Bobo”, do “cabo de guerra” e da “bicicleta” e das atitudes que eles ilustram para obtenção de equilíbrio.
Marcelo C. Silva
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