AS OLIMPÍADAS E A COMPETIÇÃO
Gosto muito de esporte.
Tenho uma “queda especial” pelo futebol, embora oito anos de minha vida infanto-juvenil
tenham sido dedicados a outra
modalidade, a natação. Ainda hoje, já com 51 anos, percebo que o sangue da competitividade
corre em minhas veias.
Contudo fiquei pensando, durante as Olimpíadas, sobre a “temática
da competição”. Como é forte para nós seres humanos essa ideia da disputa e da
tentativa de superar outros. Nesse sentido, parece mesmo que toda a nossa vida
é caracterizada por “competição”, seja na vida social, profissional e até mesmo
(e infelizmente) na vida eclesiástica.
As Olimpíadas evocam aspectos nobres do esporte como
lealdade, respeito às regras, congraçamento, superação individual,
aprimoramento, respeito ao oponente e saber lidar com a derrota. Contudo, se
considerarmos os todo da questão, não podemos negar que existem aspectos nefastos
nesse ímpeto competitivo no ser humano. Na verdade, considerando a revelação
bíblica, creio que a competição tem mais a ver com a queda do que com a criação
original. Mesmo o chamado “instinto de sobrevivência” que poderia gerar algum
tipo de competição e disputa, me parece ser mais uma marca da decadência humana
do que um mecanismo idealizado por Deus. Assim, a sobrevivência termina
dependendo de disputa e de agressão ou outro, mesmo que de maneiras bem
disfarçadas.
Mesmo gostando muito de esporte e competição, tenho que
admitir que haja algo de perverso na “coisa”. O pecado nos afetou de tal forma
que temos uma doentia gana por vencer, o que, na dinâmica social significa,
suplantar outros, ser melhor do que os outros, que na verdade sempre são vistos
como adversários.
Assim, a competição aparece no lar, no casamento, entre
irmãos de sangue, na empresa, na igreja e até no facebook.
Por que estamos sempre competindo? Segundo a teoria da
evolução natural, adotada pelo sistema como a melhor explicação para a origem
da vida, é porque sobrevivemos e evoluímos por um processo de seleção natural
em que o mais forte vence o mais fraco. Segundo a Revelação de Deus nas
Escrituras Sagradas, é porque nos desviamos significativamente de nosso
Criador, que nos fez para o amor, para a aceitação e para o acolhimento. Enfim,
para refletirmos Sua própria imagem triúna, de um ser que subsiste num
relacionamento harmônico e amoroso entre três pessoas divinas, o Pai, o Filho e o Espírito. Aquele que
planejou a existência e perpetuação da humanidade pelo amor e pela união, e não
pela divisão e pela agressão. Fomos criados para a complementação e não para a competição.
Não estou execrando o esporte e, como escrevi acima, creio
que ele contribua para coisas boas de algumas formas. Estou apenas tentando refletir sobre as possíveis razões que nos fazem levá-lo tão a sério.
Acima de tudo, estou tentando entender por que somos tão
competitivos e agressivos e por que temos a tendência tão forte de olhar para
os outros como adversários. Tenho encontrado nas Escrituras Sagradas da Bíblia uma explicação muito plausível.
Marcelo C. Silva
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